quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

vem, amor, bater tambor


Fortaleza, 2006




I

Acabei de machucar gravemente uma barata.
Ouvi estalos.

Na derradeira pisada –
De chinelão –

Compreendi o banquete
Que havia proporcionado
Às formiguinhas pretas.

II

Está chovendo
Ou é o rato comendo
A sobra do almoço no lixo?

Visitante indesejável
               Apossou-se da geladeira
E do fogão.
                
               Ainda não tive coragem
De exterminar-lhe a raça
Com uma ratoeira.

Só espalho venenos coloridos
Pelos espaços fronteiriços.

III

Trabalho não me falta.
Novas espinhas surgem do nada.
Brotam com a seriedade de ruga.

Espremo a minha predileta:
Sai sangue,
O pus coagula.

Está virando sinal.

IV

Amo meu lar.
As paredes abertas.
As vozes vizinhas.

O infinito
Entre a cama
E o banheiro.

Uma eternidade
Para cair água
Do chuveiro.

V

Meu umbigo:
Obscuro.

Um elo com a loucura.
Cheirinho de excremento
Purificado pela solidão.

VI

Poemas ressacados
Ainda úmidos
Não vingam.

Nem chego a vê-los.

Mestre cego
E discípulos tontos
Acabam caindo feio do abismo.



VII

Madrugada,
As ovelhas não dormem.

Há lobos ferozes
Que adoram carne fresca.

Madrugada,
As minhocas não dormem.

Há galos insones.
Ciscando.

VIII

Tento andar descalço
Sobre brasas adormecidas.

O corpo padece.
A alma do poeta alegra-se.

Se não fosse a bebida
O verme seria um pássaro.

 

IX

Cacos de cerveja
Empilhados
Servem como ninho
Para ratos ditosos
E ratazanas sensuais.
Todas as noites
Uma balada especial:
Dançam, pulam
Comem pão com chumbinho.
Não morrem,
Ficam mais pirados.

X

Escrevo apaixonado
Pelos pensamentos alheios.

Quem me ama?
Quem me ama de verdade
Além do ventilador quebrado?

 XI

Andamos abobalhados
Levando susto
Do repente da geladeira.

Minha lucidez é uma droga pesada.
Afasta da luz a sombra.
Até as vozes perdem o eco.

XII

No ato da escrita,
Pensando,
Ajustando um
Ou outro verso,
A poesia se dissipa.
Consigo leva
A alma do poeta.
O poeta é de fato
Seu fiel depositário?
Digo,
Na cerração
Do pensamento,
Longe do arrebatamento,
A poesia foge
Ou adquire outra forma?

XIII

Limpando o nariz
Ao sabor da distração,
Poeta?

Tirando meleca metafísica
Das profundezas da cavidade nasal?

Olha que o diabo é embusteiro.
E a mente eterna.



XIV

Seis horas, ave-maria.
Miado de gata prenhe
Na torre da igreja.

Nessa bendita hora
Pecados imaginários
Caem sobre os ombros
Dos solitários (humanos
Ou cachorros).

O sujeito vai à varanda
E acende um cigarro.

O pobre cãozinho
Apenas se prostra.

Tapa os olhos,
Cruza as patas.

XV

Mantenho relação fértil
Com o cordeiro
E a serpente.

Até agora
Alcanço o fruto
Sem subir na árvore.

A cada salto,
Um verso.

Hematoma na testa,
Queimadura no braço.

XVI

Meus ancestrais são vozes que ouço
Para proveito próprio.

Quando a balbúrdia estressa
Ordeno que se calem.

Do útero apenas uma lembrança: 
Pernadas.

XVII

Menino feio, pobre, comedor de barro,
Esquizofrênico e poeta só se apaixona 
pelas formiguinhas:

Nas costas,
Cascas de tangerina
E bostinha de muriçoca.

XVIII

O esqueleto do poeta
Perambula
Só.

Trôpego,
Mas não se fadiga.

A última gota de lágrima
Pinga no cafezinho quente.

XIX

Na hora de vestir minha cueca
Cheiro minha cueca
Para ter certeza
Se estou vivo.
O cheirinho de mijo
Inspira-me.

XX

Pequeninas formigas ensinam-me
Onde encontrar açúcar.
Sigo as danadinhas de longe
Para não perder de vista as mais telepáticas.
Pequeninas formigas
De tão persistentes
Levam-me ao cansaço.
Regresso ao meu quarto.
Contento-me com o café amargo.

XXI

Hora de ir para a concha.
Ouvir o mar.
Hora de dormir na privada.
Estalar os dedos dos pés.
Limpar o nariz.
Hora de sentir as axilas sufocadas.
Hora de tirar uma garrafa
Do engradado.
Hora de apagar a luz,
Encostar as portas.

XXII

Que morte trágica:
Arrancar o couro e a casca
De uma barata voadora.

Meu tênis novo
Solado antiderrapante
Deslizando apressou-se.

“Urra, que meleca!”
Bradou meu filho,

Duende festivo
De quatro anos
E onze meses.

XXIII

Coragem fechar os olhos
Idolatrar o escuro.

Beber leite de madrugada.
Compartilhar com as muriçocas
A pele sangrenta das raladuras.


XXIV

Minha escrivaninha foi desarmada,
Desparafusada, encaixotada, jogada
Debaixo da cama.

Resta-me a máquina de escrever
Olivetti 45.

Um tanto empoeirada,
Mas com uma alma imensa.

XXV

O vazio me espreita.
Vazio amplo e confortável.
O vazio das manhãs de sexta.

XXVI

Genes parasitas perturbam o silêncio.
Uma luxação no pulso
Atinge-me a alma.

Ah, essa mente dúbia.
Ui, esse coração molenga.

Eu devo ter comido muita terra
Quando criança: vivo carregado 
de indolência.

XXVII

De madrugada duas baratas
Em sentidos opostos copulam taciturnas.

As duas baratas fazem amor
E estão sérias. 

Cada uma para o seu lado.
Sem olhar para trás.
Silenciosas.

XXVIII

Não exponho minhas chagas aos tolos.
Contenho-me,
Não vôo.

Pensariam tratar-se de enfermidade.
Seria o fim das minhas reluzentes asas
De protozoário.

XXIX

Cheguei ao ápice da tolice:
Pulmões limpos,
Passos sóbrios.

Todo o futuro embalsamado.
Complexidade somente
No abscesso do meu dente.

XXX

Óbvio
Que sóbrio
Sou apático.
Embriagado,
Trovador lunático.
Quanto ao dia seguinte:
Aço, osso, cinzas cintilando.
Suaves queimaduras do amanhecer.

 XXXI

São tuas as artérias
Que engrossam e afinam
O sangue do meu peito.
Se estás distante,
Enfraqueço.

A insônia
(mãe cúmplice)
Aproveita: sufoca-me 
contra o meu travesseiro.

XXXII

Veio o inverno com seu frio estomacal.
Chuva combina com loucura.

As velhas paredes têm veias:
Teias de aranha.

O velho teto tem alma:
Nódoas de goteira.

 XXXIII

O café está pronto.
Mas, por favor,
Sem perninha de barata.

Minúscula e tenra
Perninha de barata no açúcar.

XXXIV

Lustro meus despojos.
Não haverá outra casa materna.
Nem outro corpo.

Direi adeus em silêncio
Coçando meus testículos murchos.


XXXV

Alto risco brincar de ciranda
Debaixo do meu chinelão.

Inseto destemido,
Não tens medo da morte?

Vai, corre, refugia-te
Pelos cantos encardidos
Da cozinha.

É o teu dia de sorte:
Benevolente deixarei que escapes.

XXXVI

Que soberba altivez
A do macarrão
No pacote.

Que humilde languidez
Há dois minutos na água quente.

XXXVII

Não tenho dinheiro
Sequer para comprar uma escova.

Imaginai, caríssimos,
A situação precária dos meus dentes.

Perambulo altivo, cético,
Com os dentes rijos e podres.

XXXVIII

O poeta menstrua.
Sobretudo no seu aniversário.

Planeja suicídios:
Acende a luz para morrer feliz.

XXXIX

As minhas ovelhas todas
Estão cientes da relva podre
E do céu cinzento.

A qualquer hora tempestade.
A qualquer instante micose no focinho.
Mas são livres.

Pastores só os grilos
e os vaga-lumes.

XL

Não deixa de ser patético
Esconder os versos
Sempre que ouço passos
E a porta é aberta.

Ninguém é digno
De flagrar meu encantamento.
Nem a mãe nem a esposa nem o filho.

XLI

Por mais que eu medite,
O animal se exibe.

Preciso das migalhas medito:
Crio calo na coluna vertebral.

XLII

Esperançoso,
Colo o ouvido
Na parede:

Tento ouvir gemidos
Da nova vizinha.

Torneira aberta,
Só torneira aberta.

Nada que me alegre
O coração solitário.

XLIII

Não posso deixá-la sozinha,
Morrer sem o calor dos meus dedos.

Lute, minha lapiseira,
Pense nas batalhas de Heráclito de Éfeso.

Não morra, não seja mais uma esquecida,
Deixada de lado, fria, dentro de uma bolsinha de couro.

XLIV

Só tenho cabeça
Para poesia.
Dormindo.

Atento.
Letárgico.

Maçã bichada não mata:
Tira-se a lagarta,
Experimenta-se 
o vazio.

XLV

Meu coração treme mais
Que dedo mindinho de alcoólatra.
Será sinal de falência múltipla dos órgãos?
É brincado com as paredes
Que me vem coragem para voar.
Minha mente recicla os pensamentos –
Inclusive os de papel higiênico.
De tão complacente,
Chego a sonhar:
Sou santo.

XLVI

Depois de adulto,
Minha única alegria na vida
É coçar as mordidas de muriçoca.

Na infância era comer barro.
ah, as paredes frias de inverno.

XLVII

Oba,
Surgiu uma formiga.
Já alcançou o guarda-roupa.

Céus,
sumiu rápido:

Alma penada
De monge tibetano.

XLVIII

Barrigudo, abstêmio, desempregado, humilhado,
Maltrapilho, cabelo branco, dente furado, quase cego.
Mas poetizado.

Basta a lapiseira não secar.
Papel a gente arranja na lixeira do banheiro.

XLIX

O que acontece com os sabonetes de hoje?
Não importa a marca.
Se fragrância tradicional
Ou exótica.
Não dura uma semana.
Desmancha-se. Evapora.
Não consigo concluir um verso.
Outrora decorava Camões debaixo do chuveiro.

L

Meu primeiro gole de café,
Minha primeira descoberta existencial.
A vida se resume a um cafezinho quente:
Combina com tédio, solidão, comprimidos.

 LI

De tantas idas ao banheiro
Faço amizade com a descarga.
Ela balbucia,

Eu reflito
Sobre as figuras abstratas
Dos azulejos rachados.

LII

Durma,
Meu filho.

Pode dormir a tarde inteira.
Durma.

Chore e sorria babando.
Nenhuma alma penada o acordará.

Seus anjinhos e seus duendes
Esperam-no humildemente.
Durma.

E só abra os olhinhos
Para assistir ao seu desenho preferido:
Scooby.

 LIII

Tanto faz sozinho
No quarto empoeirado
Rastro de barata
Ou rastro de formiga.

Elas apenas querem caminhar
Com as minhas pernas.

As minhas pernas,
Empresto-lhas.

E não é sonho,
É milagre.

  LIV

Pela letra
Tímida ou rígida
Sei se o verso vinga
Ou murcha.

Pelo tempo azul
Ou nublado
Sei quando apunhalado.

Em todo caso,
Surpreendo-me escrevendo:
De ressaca.

 

LV

Feito traça
Remoendo matéria empoeirada
Esvazio meu ser.

Nenhum morto.
Mas restam cinzas
Na folha de papel almaço.

LVI

Esquecer um poema -
Um poema lapidado e ungido -
É a morte lenta.

Prolongar a busca
Sem horizonte:
É suicídio.

LVII

Em noites frívolas
As muriçocas já bem idosas
Não sentem mais o cheiro
Do meu sangue.

Tenho de ser delicado
Com as enfermas de Alzheimer.

Elas conhecem o caminho de volta
               Seguindo a insônia.

LVIII

Somente tiro meu bermudão
Para dormir.

Somente lavo meu bermudão
Quando tenho micose na virilha.

Minha grandiosa alma,
Ó meu bermudão surrado.

LIX

Aos quarenta anos
Não dobro mais a perna.

Nem consigo me acocorar
Por míseros cinco minutos.

A alma podre:
Veias, músculos, rótula.

LX

Acho que não bebo
Amanhã.

Acho mesmo que não bebo
Depois de amanhã.

Meus fantasmas lambem os beiços.
Viro um patético medonho.
Peço esmolas.
Sou empurrado em valas.

Vi uma garrafa de vinho vazia.
A boquinha aberta suspirando:
“Ui, ui, menino...”

LXI

Se vou ter um AVC
Que seja escrevendo:
Distraído, compulsivo, delirando.


LXII

Esse fantasminha adora meus versos.
Escrevo. Depois cago.
Depois cago.

Amanhã o fantasminha pode cantar em outra freguesia.
E como eu fico? Cagado, limpo, mas sem poesia?

 LXIII

Pode latir, cãozinho.
Ninguém entende sua metafísica primária.
Pensam que é fome. Ou sede. Ou estresse.

Pode latir, cãozinho.
Conheço sua ira melancólica.

LXIV

Os escorpiões adoram petiscos
De patas de barata
Crocantes.

Desde a antiguidade – debaixo de tumbas
E entre fendas – os escorpiões procuram por baratas.

De todas as espécies:
Voadoras, tímidas, cascudas.

O negócio dos escorpiões são as patas crocantes.
Estalando. Dando água na boca.

 

LXV

O sonhador sabe:
As nuvens
Nada seriam,
Se o vento
Fosse uma bruxa
E odiasse crianças.

LXVI

Viver é um barato de ácido
Misturado a picolé de morango.

Quem é poeta –
Mesmo duro, manco, feio –
Estabelece pactos noturnos
Com as formigas, baratas e muriçocas.

E o que dizer dos trouxas sortudos
De bunda fofa e larga voltada para a lua?

LXVII

Amoxicilina é fogo,
Meu filho delira:
Vê baratas voadoras,
Vê lagartixas.

Para tratar da sua garganta inflamada,
De oito em oito horas
5ml de amoxicilina.

LXVIII

Não tenho pressa,
Minha sombra
Já passou por mim.

Deu descarga,
Antes que eu abaixasse
A tampa.

LXIX

A minha parte eu faço:
Vegeto atrás do pássaro.

Não o alcanço nunca.
Mas vegeto com volúpia.

Se o pássaro vai virar nuvem,
É outro assunto para a eternidade.

A minha parte eu faço:
Transformo minha existência.

LXX

Poeta é um fulano
Amigado com o tempo.
Conhece os segredos do agora.

Resta ao fulano
Fugir do transitório
Abençoando o instante:
Plantas, paredes, objetos.

LXXI

Contarei um segredo:
Quando se escreve um poema
Com as costelas inteiras
A gente fica procurando
O coração.

Contarei outro segredo:
Quando a gente acha o músculo
As costelas – feito areia –
Somem pelos dedos da mão.

LXXII

Pai, 
Que abominável fantasia:
Estou viciado em morrer.

Meditar com a luz acesa.
Criar laços com o esqueleto sedentário.

LXXIII

Ninguém é ateu eternamente
Que não creia em terra úmida:
Brotinho de feijão crescendo,
Minhoca na alcova sorridente.


LXXIV

Super-homem caiu de cara
Dentro da lixeira podre do banheiro.

Meu filho não viu
Seu super-homem de brinquedo
Encoberto por papéis higiênicos.


LXXV

Para compor um verso
Amputo o poema.

Para tocar a lua
Vou lhe arrancando as faces.

Não movo um dedo.
Não afasto uma estrela.

 LXXVI

Vem, amor
Bater tambor.

Minha morte já foi anunciada.
Mas não é para agora.
Divago sobre coisas fúteis
Bem aos olhos do gigante.

Quanto vale o silêncio dos objetos?
Quanto custa o elo com seres inanimados?
Todo gigante é cego.

Vem, amor
Bater tambor.

Desligo o computador,
Fecho a porta da geladeira. 

LXXVII

Francamente,
Há noites
Em que ler poemas
É uma lástima.

Escrever,
Um inferno.

Lá no fundo do poço,
Os olhos ardem
E falta ar.

 

LXXVIII

Nos meus dentes abertos
Florescem abscessos.

Dentes podres,
Luas pus.

LXXIX

Lucidez causa cãibras.
A mente esquenta, esfria.
Cefaléia amorosa.

LXXX

Doem meus rins,
Dói meu fígado,
Doem minhas 
costelas.

Volto a existir ressacado.
Tantas portas abertas:
Pouco vento
Que me leve
Até elas.

LXXXI

Meu filho
De quase cinco anos
Morre teimando
Que em lixeira de banheiro
Pode jogar casca de banana.
Defende sua tese com maestria.

Só espero que ele não jogue papel cagado
Na lixeira da cozinha.

LXXXII

Traças e aranhas flertam.
Mas não se aproximam.

(As aranhas sempre famintas)

Louças na pia
De vários gêneros e feitios.
Rapidinho o lunático as lambe
Fazendo balõezinhos de detergente.

LXXXIII

Tolice ver um vulto
É chamar vovó.

Ouvir uma voz
E se ajoelhar.

Existe uma luz
Lá no fim do túnel.

É a mesma pela qual
Certos besouros são atraídos.

Entregam-se afoitos,
Morrem atônitos.



LXXXIV


Como não sei onde encontrar a verdade
Vivo investigando as paredes.
Nem todas silenciosas.

Há aquelas sinistras
Que blasfemam contra as teias de aranha.

Reclamam da umidade.
Odeiam poeira.

Não se apiedam das miseráveis traças.
Recolhem-se de tal forma
Que racham o teto.

Em manhãs de terça-feira
Essas paredes anacoretas
Permitem ao poeta
Um frio abraço.

Depois se fecham
Entre multidões de objetos.

LXXXV

O absoluto e famigerado cérebro
Também se ilude.

Ludicamente ludibriado
Pelos olhos em movimento.

A ponte entre a razão e a loucura
É uma bolinha verde imaginária.

LXXXVI

Aquele poema escrito
No computador engavetado
Debate-se enfadonho
Com dor de cabeça
Deprimido.

Em torno dele,
Palavras tortas,
Um ritmo decadente.

A poesia viaja,
Mas poeta não dorme.

LXXXVII

Lembra-se daqueles versos suspensos
Esperando ir ao banheiro?
Pois bem, estão todos mal.
O dono deles não obra mais milagres.

LXXXVIII

Meu futuro são névoas.
Meu passado ruínas.
Meu presente agora
Eternidade efêmera.








3 comentários:

  1. Isso são verdadeiras pérolas! Não: voltarei e vou reler um por um. Percepção à flor da pele, sentidos todos ampliadíssimos, coisa de louco, no bom sentido, se é que há mau sentido na loucura. Que bom ver de volta as postagens!
    Beijos, poeta!

    ResponderExcluir
  2. que saudade, bruxo! Taninha tem toda razão, tantas pérolas... isso sim é um rosário de pérolas pra gente rezar uma a uma!

    bj nas mãos

    ResponderExcluir
  3. "A poesia viaja,/ mas o poeta não dorme." (genial)
    "A poesia foge/ ou adquire outra forma?" (genial)
    Que bom que voltou, um ano cheio de inspiração são meus votos! e os versos falam por si mesmos, rasgados de sentidos e emoção! Parabéns

    ResponderExcluir