segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

macieiras

Há uma fila de camponesas à minha porta
com novas receitas de ervas exóticas
para lavar o meu estômago.

Cada uma jura que ficarei novinho em folha.
Prometem em questão de minutos
um sorriso de canalha
no meu rosto cínico.

Como estou ainda muito fraco
não posso caminhar até a porta.

Portanto, entrem, minhas nobres camponesas,
sem cerimônia deixem sobre a mesa
os unguentos e as panaceias.

Ainda estou muito fraco mesmo.
Creio que eu necessito apenas
de cafunés e que me beijem
as mãos.

Escrever versos
com as mãos beijadas
por camponesas é uma delícia.

Entrem e não fiquem tímidas.
Estou muito fraco mas adoro dengo.

Veem os meus pés?
Lavem-nos com seus cabelos.
Percebo que estão úmidos seus cabelos.

Saíram do banho agora,
não é isso? Ótimo,
lindo.


2 comentários:

  1. Que de-lí-cia de poema!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    beijos,

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  2. dengo de frescores femininos... o poeta não é nada tolo!

    bj, meu queridão

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