domingo, 26 de janeiro de 2014

absinto

Juro que tentei matar o poeta.
Preparei-lhe a forca e o desgraçado
usou a corda para apertar a sua calça
de louco. Misturei cianureto a seu cafezinho
e o bondoso homem ofereceu às formigas a sua xícara.

Encostei no seu peito o cano do revólver e saiu uma flor
quando trisquei o gatilho. Tive então a ideia de bater forte
sua cabeça contra a parede uma, duas, mil vezes. Depois joguei
o corpo dentro de uma cova escura. Sete dias depois fui lá e o que vi?
O poeta, o maldito, fazendo amor com as caveiras dos seus ancestrais.

E os seus ancestrais
estavam felizes
sorridentes.


Um comentário:

  1. Ah, achei o máximo a corda na cintura do louco...Matar poeta é coisa impossível, mesmo para Bruxo...E se o Bruxo é o poeta, aí danou-se, viu? Achei o máximo as imagens do poema. Muitas.
    Beijos,

    ResponderExcluir