sábado, 28 de setembro de 2013

o vazio tem um timbre gracioso

O pântano espera
o dia do renascimento.

E os corvos (alegro-me)
pouco caso fazem
do errante.

O que os corvos desejam
é anoitecer para caçar corujas
ou seriam as corujas devoradoras
de corvos? Só se forem corvos idiotas.
Não os de Poe. Os de Poe eram especiais.

Embora não me lembre
dos detalhes da fuga.

A ponte sustenta o corpo?
Terrível medo do transeunte.

Deveríamos temer se a ponte
segura a nossa pesada alma.

Mas, passaram os corvos
e as corujas e não se ouve
coisa alguma senão a chuva.


Um comentário:



  1. [até na escuridão do Poe
    ma

    a alegria de ser palavra
    traçada e curva,
    no corvo.]

    um imenso abraço, Domingos

    Lb

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