quinta-feira, 12 de setembro de 2013

língua bifurcada

A serpente cínica que louva
o seu inútil veneno parece
não entender que sangue
de poetas

é um sangue
em que borbulham
só os venenos dos versos.

Quem morre
é quem não entende

que a poesia não tem princípios
senão o de rodopios dentro da gente.

A escolha foi minha
ser paralítico
e viver

rastejando pela casa
a lamber as pegadas
das minhas formigas.

Não me interessa a morte
sem a ilusão e o peso
da poesia.


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