segunda-feira, 16 de setembro de 2013

caolho e manco

Se você acredita no meu amor,
deixe-me antes beber meu café.

Não acredite, senhora,
sou um canalha e o idílio
é a minha natural postura.

Dos sonhos tão singelos
tenho apenas uma ambição:

escrever poemas
até que a mão
caia de lepra.

Quem sabe então
um sujeito comum
sem mãos de poeta
eu acredite no encanto.

Mas por enquanto,
minha senhora,
sou patife

e o meu flerte descarado
é apenas um truque
de amar o fardo
da vida.


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