quinta-feira, 26 de setembro de 2013

banquete em Amsterdã

Por muito tempo sempre tive
boa comida, roupa lavada,
cama confortável e ainda
uns tragos.

Hora de pegar a enxada,
prender bandidos, fazer cálculos,
chegar aos planetas mais distantes,
descobrir o veneno de um novo inseticida,
encontrar a alquimia dos místicos do mar morto,
investir na bolsa, mergulhar no escuro atrás de petróleo,
conversar com macacos aquáticos, fazer o dever de casa,
amar as flores, amar os pombos, amar as velhinhas da igreja,
inventar na garagem outra janela virtual, compor sete sonetos.

Agora é só me levantar da cama,
dois pulos na altura do teto,
dar bom dia às aranhas,
ser forte, feliz
e sadio.

Não esquecer meu bermudão,
calçar meu chinelão, ouvir
um blues.


Nenhum comentário:

Postar um comentário