sexta-feira, 23 de agosto de 2013

tá joia

Acordei como há muito eu não o fizera -
espreguicei-me feito um bom cristão
(quase santo), arrumei a cama,

fiz losangos e quadrados perfeitos a dobrar os lençóis,
fui à janela da varanda e perguntei aos beija- flores:
"deixo a barba crescer, criaturinhas?"

Em coro,
responderam:

"não, poeta, tua barba é rala,
vulgar, indecente, desprezível,
mixuruca, patética, ridícula,
crime hediondo,
tola e tosca."

"Ok, entendi."

Esses meus beija-flores
tão puros e inocentes
não sabem mentir.



Um comentário:

  1. Essas criaturinhas que habitam teu mundo poético são todas verdadeiras, eu as amo! rs

    Beijos,

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