sábado, 31 de agosto de 2013

balzaquiano

Exausto desta minha beatitude fingida
tiro a máscara de anjo, visto a de demo

e vou ao bordel da outra rua beber uma taça
de vinho barato e fazer uma verdadeira mulher feliz.

Aos meus pés
bastam as formigas inúteis
do meu dia meloso de poeta.

Leve para baixo as plantas da varanda -
esta manhã elas morrerão de sede
se desejarem minhas lágrimas.

E seria um pecado se fossem testemunhas
dessa loucura infantil de quem esqueceu
o remédio e o revólver em casa.


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