A poesia põe a coberta
sobre minhas pernas mortas.
E se há alguma verdade nesse frio,
dentro da alma, são os versos que revelam.
Ausente do poema [do ofício de erguer o olhar
para o alto imaginando a qualquer instante
desabar o teto] nada resta de bom
e sagrado.
Contudo, se escrevo -
mesmo que seja tolice-
basta o ritual de me concentrar na solidão
que uma luz torta, difusa, engendra
outra pessoa que me salva
do vazio.
Salva-me porque me lança
mais profundo no pântano
das palavras.
E de lá não deveria sair,
seria completa a morte.
Ah, perfeito, visto o poema e me sinto plena!
ResponderExcluirBeijão, Bruxíssimo!
Muito bom.
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