segunda-feira, 22 de julho de 2013

por onde vagam os corações?

O meu coração
dá-me um trabalho
que você não imagina.

Minha vida é viver
tirando-lhe das mãos
fósforos e querosene.

O seu sonho
é pôr fogo
na casa.

E nem adianta
eu explicar-lhe
se eu morrer,
ele morre
junto.

O meu coração não teme a morte.
Afinal, ele sabe que os poetas
são sujeitos de duas mil
aurículas e dois mil
ventrículos.

Ou basta
um gato preto.

Um comentário:


  1. Desconfio que o coração de poeta tem autonomia. Morre não: vira poesia!

    Beijos, querido bruxo!

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