sábado, 13 de julho de 2013

inquietude siamesa

Saber que não existe fim
me dá vontade de sonhar.

Que são os sonhos
senão cílios, ciranda,
cibele, cicuta, cicatriz.

Não me juntam os ossos das costelas
dentro do meu coração sou outra coisa.

Não respondo por mim,
contudo converso
comigo.

Sem peleja
e braços febris.

Ofereça à sua mulher
um ramalhete de azaleias.

Ela vai estranhar,
"não havia rosas vermelhas?"

Sorria e compactue-se
da solidão do poeta.

Azaleia é um lindo nome,
de fato, mas para mulheres
como as nossas boas de cama
deveríamos ter comprado rosas vermelhas.

Detalhe,
vê se não erras
na garrafa de vinho.

Depois de esvaziada
ela deve refletir
o teu olhar
perdido.


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