Adoro carne
sobretudo língua
de menina jovial.
Essas línguas com seus rios de sangue
e polpa de desejos deixam-me lânguido
a voar com o livro aberto sobre o bermudão.
Amo essas línguas que estalam dentro da minha boca
quando as beijo sôfrego, desenfreado, bárbaro
de olhos febris.
Há quem deseje apenas o abraço,
um aperto de mão, um tímido beijo na face.
Eu ao contrário dos bons e dos puros
ofereço minha alma - e tantas vezes o fiz -
por uma língua vermelha, saudável, úmida
da mais refrescante menta pastilha de hortelã.
Por isso, certamente, não tenho barriga
e ainda bate firme o meu coração
de velhinho solitário.
Língua de menina jovial/ nunca faz mal.
ResponderExcluirAbr.,
Língua - essa estrutura frágil pois humana, perfeita pois divina, que conduz ao paraíso ou leva à perdição. Porque nem só de pão vive o homem.
ResponderExcluirUm abraço!