quinta-feira, 20 de junho de 2013

benzedeira

Enquanto a morte não vem
não saio de casa. Sou-lhe
sincero.

Só a morte me interessa.
Deixe-me em paz.

Não bata à porta.
Não me ligue.

Não mande
mensagens.

Só a morte me interessa.

A terra e as minhocas
saindo dos olhos
e ouvidos.

Amanhã se eu estiver forte
seja tarde, então sorria,
irônica, meu bem.


2 comentários:

  1. Ir na contramão e resgatar o brilho original da existência: tua poesia mostra que tudo, tudo pulsa. É o olhar, esse olhar que ressignifica a vida. Adorei o poema!

    Beijos,

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  2. Perfeito, falou por mim.

    Beijo.

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