O meu coração não vai parar.
Tenho absoluta certeza disso.
Que os olhos se fechem.
Que a boca se cale.
Que as pernas
caiam.
O meu coração não vai parar.
As coisas dele, os segredos dele,
são tão fortes e suaves que tenho
absoluta certeza que o meu coração
por morte alguma meu coração vai parar.
Você já viu uma flor morrer?
As flores apenas nos iludem
quando se ressecam e se fingem.
As flores não morrem, meu caro,
porque as flores são doces e loucas.
Quantos amantes já não choraram
com uma porção delas nas mãos
e quantas amadas já não as jogaram
ao lixo com ódio do mundo e dos homens?
Mas esses instantes de arroubos e de incrível verdade
também é só uma óbvia declaração de que as flores
e o meu coração não morrem.
E ao fecharem-se meus olhos
e ao calar-se minha boca
e ao caírem as pernas
creio piamente
que lá estará
meu coração.
Doce, firme e suave
como uma flor.
ai, essa linguagem que se faz verdade e que não sabe morrer... e nós que ora a aprendemos, que ora a esquecemos, neste turbilhão absurdo de fingimentos onde os deuses conhecem do céu apenas a palavra e o eco que a repete em cacofonia obscura.
ResponderExcluirabraço, marinheiro-camarada-amigo!
Sabe que, quando criança, fiquei intrigada, muito, muito, porque um homem morreu de alegria, de emoção? O coração parou num desfile de Sete de Setembro, no interior. Descobri ali: de alegria se morre! Mas nunca acreditei também que meu coração pudesse parar um dia. Acho que ele continua a bater quando para.
ResponderExcluirbeijos,