Dois carocinhos de mamão
esquecidos dentro da geladeira
é uma poesia arrebatadora, meu bem.
Não acredita?
Veja-os com os olhos da imaginação.
Pode-se até dizer que é a mesma coisa
de tirar as botas e ver na sola
uma tampinha de refrigerante
colada a um chiclete.
E o que diria de uma folhinha de oiticica
todas as manhãs uma diferente sobre
o sofá?
Poesia, meu bem,
é tão natural
quanto
viver.
Embora às vezes
a gente pense
em se matar.
Ora, mas o que seria dos carocinhos de mamão
esquecidos dentro da geladeira e da tampinha
de refrigerante colada a um chiclete
se não fosse eu um poeta suicida?
Pra você, meu bem,
basta abrir os olhos.
E se piscar,
não chore.
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