sábado, 9 de março de 2013

não chores

Estive pensando como amo o mundo.
Seus sorvetes e suas bombas.

Como amo,
como amo
o mundo.

Seus algozes
e seus jardineiros.

O céu que nos engana
fazendo cara que vai chover.

E lá vem o sol
com seus óculos escuros.

Um dia desses atravessei a praia
de um extremo a outro descalço
conversando com as ondas
pra que não molhassem
meu bermudão.

Como amo o mundo.
Seus caranguejos e seus tubarões.

Um tubarão quando não está faminto
parece um golfinho ansioso
por um afago.

O risco é ser esse tubarão um vigarista
e nos comer a mão, o braço, o corpo inteiro.

Como eu amo os golfinhos.
Estes se estão entediados
podem nos atacar,
mas de leve.

Pelo menos os meus golfinhos.
Nunca se sabe o golfinho do outro.

Há golfinhos de certa gente
que é mais carnívoro
que um tubarão
louco.

Por isso, meu filho,
olhe bem pro seu coração.

Indague-se que tipo de golfinho
você alimenta quando está sozinho.


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