Estive pensando como amo o mundo.
Seus sorvetes e suas bombas.
Como amo,
como amo
o mundo.
Seus algozes
e seus jardineiros.
O céu que nos engana
fazendo cara que vai chover.
E lá vem o sol
com seus óculos escuros.
Um dia desses atravessei a praia
de um extremo a outro descalço
conversando com as ondas
pra que não molhassem
meu bermudão.
Como amo o mundo.
Seus caranguejos e seus tubarões.
Um tubarão quando não está faminto
parece um golfinho ansioso
por um afago.
O risco é ser esse tubarão um vigarista
e nos comer a mão, o braço, o corpo inteiro.
Como eu amo os golfinhos.
Estes se estão entediados
podem nos atacar,
mas de leve.
Pelo menos os meus golfinhos.
Nunca se sabe o golfinho do outro.
Há golfinhos de certa gente
que é mais carnívoro
que um tubarão
louco.
Por isso, meu filho,
olhe bem pro seu coração.
Indague-se que tipo de golfinho
você alimenta quando está sozinho.
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