Faço parte de um grupo de solitários
que todos os dias se reúnem
em um buraco
para rir da mazela humana:
do carro novo que bateu no poste
sem ainda ter seguro ou do vestido de noiva
que sujaram de lama pouco antes do casamento.
E rimos à beça
que seguramos a pança.
Só bebemos água porque há aqueles
se beberem vinho enlouquecem -
e loucura é o que não desejamos
em nossas divertidas reuniões.
Exceto no dia do nosso protetor
em que cada um escolhe
seu próprio desfrute.
É uma celebração nesse dia
e todos se transformam
noutros seres:
lagartixas, passarinhos,
baratas, formigas,
rinocerontes.
Há um que sempre escolhe
ser uma xícara.
E fica lá sobre a estante
esquecido por todos.
Seria eu a ser a xícara? rs. A xícara é mais frágil que todos os outros e é inanimada... Mas foi ela que serviu seu poema anterior... O "chá das seis" ;-) abraços Domingos. Belíssimo texto! Diego.
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