A morte cansada de me ver tão perto
e de não poder me tocar sabe
que o melhor é deixar-me
sozinho.
Sozinho, pensa ela,
eu teria mais tempo
para abrir a porta
do quarto e entrar
o tocador de banjo.
Olhe para as paredes
e veja quantos insetos
felizes com as migalhas.
A morte é uma doce confeiteira
que nunca conhecerá a delícia
de andar com pernas
de insetos.
Há uma parte debaixo dos pés
em que não se sente o frio
nem é sentido o calor.
Sequer existem paredes:
é tudo nuvens, tudo
nuvens.
E em vez de pés
crescem asas.