Como não vive
aquele que escreve?
Não é preciso sentir o peso
de uma pata de elefante
sobre o baço
para pedir perdão
pelo roubo do marfim.
Tampouco espetar o peito
com agulhas de chineses
para ouvir a alma
cantando ópera.
Eu escrevo, vivo,
e a simulação
é apenas
arrojo,
enfeite,
para que a vida escrita
não seja tão óbvia
e infernal.