Meu amigo carpinteiro,
não abandones o serrote.
Não caias na tentação
do assento pomposo
só olhando
a máquina serrar,
adornar, polir
entregar-te
a peça feita.
E tu levas ao olho
as formas sedutoras.
Digo-te, falta o pó da madeira
pregado no teu suor: dedos,
mãos, braços.
Não te livres do serrote,
amigo carpinteiro
ou esquecerás
do teu pai.
Aquele senhor elegante
que sempre após a jornada
vestia o paletó branco e o chapéu preto
e atravessava a praça andando junto da felicidade.