Não posso ouvir uma gargalhada
sinto vontade de morrer
pular do prédio.
Com preguiça de lavar a xícara
beberás então café com gosto
de barata.
Minha desgraça foi autonomear-me poeta.
Poderia ser um carpinteiro, pescador,
jogador de pôquer.
Nunca poeta.
A moeda que ganho dos versos que escrevo
é puída na circunferência,
é falsa.
Talvez noutro mundo
quando passar debaixo
do arco da tolice humana
fiquem do lado de fora
minha carcaça e minha pele.
Possa, enfim, conhecer a verdade
sobre essa loucura que me atormenta.
E é um tormento disfarçado
cuja arrogância tem um rosto manso
de pombo com dor de cabeça e borboleta menstruada.
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