segunda-feira, 5 de novembro de 2012

o que os olhos não veem

E as gaivotas perdem o senso
a rota e o rumo e mergulham -

outrora pensava para pegar
peixes, não, meu bem,
as gaivotas mergulham
para ver de perto
os corais.

É como droga,
rompante e dor,

depois de dilatadas as pupilas
todo o céu perde seu encanto.

Os peixes zombam
porque é simples aos peixes
zombarem de quem não vive no mar.

Eu, meu bem, tenho dó
dessas doces gaivotas
que voam de volta
com a alma
perdida.

2 comentários:

  1. deve haver algum mistério nas pupilas dilatadas... se fosse gaivota, mergulhava!

    beijo, poeta Domingos!

    ResponderExcluir

  2. [atravessar um mar inteiro
    para ver os corais,

    esse o alimento!]

    um imenso abraço, Domingos

    Leonardo B.

    ResponderExcluir