Eu vi um homem triste
à beira do mar - as ondas
batiam-lhe os pés, subiam-lhe
nas pernas de um homem velho e triste.
De onde estava eu podia ver lágrimas
dentro dos seus olhos e podia ouvir
seus murmúrios- "tá bom, Deus quis,
tá bom, tinha de morrer nos meus braços..."
Perguntei a alguns pescadores na vila
por que aquele homem sofria tanto
se a mulher o deixara
há muito tempo.
Os pescadores balançaram a cabeça
de maneira desdenhosa fazendo crer
que eu estava completamente
errado - um vacilão.
"moço, aquele homem
perdeu o juízo desde
quando viu um bebê
de golfinho morrer
na praia... foi ele,
esse homem triste
e louco, que pegou
o bebê golfinho
nos braços
antes dele
morrer..."
Fiquei em silêncio,
em profundo e desesperador silêncio -
"será que a lembrança de um bebê golfinho
morto pode nos enlouquecer?"
Tossi, levantei-me da palhoça
e caminhei pela praia sem
saber o que pensar.
Nunca tive nos braços
um bebê golfinho
morrendo.
Deve ser triste -
é, deve enlouquecer
uma boa e sensível alma.
Menino, poeta: como me senti agora pequenininha!
ResponderExcluirE quase chorei, se o pudesse.
Beijos,
é como disse a Tania
ResponderExcluirfazes-me chorar, imensamente triste
beijinho