Quem escreve versos sabe
que para cada poema
há uma voz própria,
insubstituível.
Quando leio um poema
logo no início encaixo
um timbre adequado -
como se tivesse na garganta
um papagaio sacerdote
e músico.
E por esse prévio conhecimento
[que também julgo desconhecido]
percebo qual o rosto do poema,
se fatídico ou se risível ou se oculto.
Quem escreve versos sabe
que há poemas tão secretos
onde o melhor é ser o poeta
reservado a ponto de morrer.
E calar o bico.
Domingos, maravilhoso o poema. E entendo tão bem o que ele diz. Esse traduzir o intraduzível faz de ti um poeta gigante, porque também tão original e surpreendente. Delicia-me te ler. É lei. Se não o faço, falta em mim um pedaço.
ResponderExcluirBeijos,