sábado, 6 de outubro de 2012

veias grossas de tanto vazio

Ah, entendo, desejas um séquito
que levante tuas asas e afague
tuas escamas a fim de louvar
teu furioso ego.

Entendo.

Então sê um rei e distribui
a quem passa, charutos,
cargos, ouro.

O que posso te oferecer
é essa crença, pálida,
depois da morte.

Sim, pois o corpo um dia cansa.
O meu corpo cansa, já o teu corpo
de rei  e náufrago pelo olhar não cansa.

Dizem que os reis são solitários.
Digo que sou bestial e ainda colho flores.

4 comentários:

  1. colho fores... com os pés na terra e sorriso sem juízo de multiplicado voo em torno dos ouvidos

    lira de cada dia,poeta favorito!

    beijo!

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  2. Te ler traz o anseio de reinventar-me sempre. Nenhuma palavra diz tanto de ti quanto o "surpreendente". Adoro.
    Beijos,

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  3. Meu Deus do céu...que poema é esse, meu amigo?

    Coisa bonita de se ler e sentir.

    Bjo

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