quarta-feira, 24 de outubro de 2012

sonolência

Se tu me visses agora sorririas -
eu parecendo um velhinho indo pro quarto
com um copinho d'água na mão e o olhar resignado de dar pena;

se tu tivesses algum trocado sei que me darias
pra eu comprar um livro de posições bacanais
e um óleo afrodisíaco de seduzir as damas
que passam debaixo da minha varanda
e logo tomam chá de sumiço;

talvez, ao contrário do que penso, tu me abraçarias
e me levarias pra cama e lavarias meus pés com teu
bálsamo;

mas não precisas dormir comigo
meus travesseiros poderiam
te assustar tirando de dentro
da fronha todas as minhas
cartas de amor e desespero;

tu me perguntas por que os travesseiros
fariam essa maldade e eu te digo -
ciúme, menina.

3 comentários:


  1. Não te ler já é impossível. É que não sei olhar com esse teu olhar, mas quero ter tantos olhares, e aí pego o teu emprestado. :-)

    Adorei.

    Beijos,

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  2. Oh, que beleza, Domingos :)

    beijoss

    e talvez uma guerra de travesseiros rsrs

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  3. É sempre bom ler a sua poesia.
    A m/imensa falta de tempo não
    me deixa passar por cá. com
    a frequência que desejaria.
    Um abraço
    Irene Alves

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