O amor, é certo, pode apagar essa lamúria
fazer mais gordinhas e brancas as nuvens
e molhar meus pés de orvalho,
mesmo assim não estaria preparado para o amor
se existe um medo inexplicável do coração parar.
Agora, diga-me, que adianta o amor
vestindo meu corpo depois de morto?
Aguardemos até o dia
em que eu for um homem
puro e decente com a morte.
Não terei então medo de amar
nem de dormir dentro da sepultura.
Aliás, hei de sorrir
sentindo sobre o jazigo
os pés das aves de manhãzinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário