a matar quem o desafia
e a levantar saias
de donzelas.
No entanto ao entrar no meu quarto
o vento baixa a cabeça, beija meus pés,
tenta ser dócil com os pelos das minhas pernas
causando deleite a duas pernas de quase quarenta e sete.
Imagino quando eu estiver com oitenta
um dia antes de morrer o vento decerto
lamberá minhas pernas com sofreguidão
choroso e aflito,
"o que será de mim agora
sem as pernas do poeta
para arrepiar?"
Não sejas tolo, vento
haverá ainda muitas donzelas
para brincares levantando saias
e desarrumando seus penteados -
é o que direi
antes de fechar os olhos
e nunca mais sentir vento algum
beijando meus pés e fazendo carinho nas minhas pernas.
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