Te explico como nascem os anjos:
do amor entre poetas bêbados
e virgens camponesas.
O amor todo nasce durante aquela atmosfera
em que o poeta com uma mão
segura a taça de vinho
e com a outra brinca
jogando gravetos
na lareira.
A camponesa deixa escapar alguns risos tímidos
caminha em círculos dentro da choupana
com medo de que o poeta ouça
seu coração aos cânticos.
Agora não me peças para te explicar
por que a camponesa é tão recatada
nem como o poeta acabou naquela montanha
preparando fogo em lareira
e bebendo vinho.
O fundamental é que não há trilha de volta -
a camponesa já se despe,
maravilhosa, d'outro
mundo.
Amanhã o poeta saberá da responsabilidade
assumida com os deuses que habitam a terra:
levando água pra encher o mar,
ensinando a voar passarinhos
órfãos.
Que poema mais lindo, Domingos! Os personagens são figuras que se combinam tão bem...:-)
ResponderExcluirBeijos,
Poema pra ser tocado no banjo!
ResponderExcluir