sábado, 27 de outubro de 2012

almoço com festins

Amor, diga-me, você vê esses fachos de luz
descendo pela parede iluminando formigas
que andam apressadas e se beijam a cada
encontro?

Amor, diga-me sinceramente, você ouve
esse pássaro cantar lá fora de flauta
e bandolim?

Não entendo como ele consegue assoprar a flauta
enquanto suas asas seguram o bandolim
e o seu bico desce até as cordas
e a flauta não cai, meu amor,
não cai!

Amor, diga-me sem rodeios,
porque o poeta pensa
tanto nele próprio

se a vida de quem ele rouba
é dos outros?

2 comentários:

  1. "Amor, diga-me sem rodeios,
    porque o poeta pensa
    tanto nele próprio

    se a vida de quem ele rouba
    é dos outros?"

    Há poetas e poetas. O que vejo em você é alguém parecido comigo, que vê poesia no cotidiano, na formiga que passa, na xícara de café, no som que vem no vento.

    Para mim, você nada rouba de ninguém, você é genuíno.

    Um abraço,

    Suzana Guimarães - Lily

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