domingo, 19 de agosto de 2012

os duendes quando amam

A gripe passou, a tosse passou,
a dor de cabeça passou, passou
por mim agora voando
um passarinho.

Não se levante, meu doce
espreguice, estique seus tendões,
flexione os seus ossos das costelas.

Dá para eu contar quantas:
você anda magrinha,

lendo muito,
meu doce.

Vamos à praia ou somente
 ao jardim do prédio?

Você não viu, meu doce,
mas uma nova flor
com um rostinho
tenro

ontem de noite
me disse "olá"
e nasceu.

Não se levante, meu doce
deixe-me ver seu sorriso

ria mais, ria mais
que eu morro.

Já fiz o café do jeito que você gosta,
molhei as plantas, a solidão passou,

a tosse passou, a dor de cabeça passou,
passou agora voando uma borboleta
com três olhos nas costas.

3 comentários:

  1. Oh, que inveja desse meu doce :)
    Beijos e bom Domingo!!!

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  2. Cotidiano e surreal... só vc, poeta, pra conciliar o inconciliável.
    Bom de ler, meu doce!
    Beijo.

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  3. borboleta de três olhos, e eu pensando no destino de Argos e seus cem olhos,


    abração irmão

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