terça-feira, 14 de agosto de 2012

a porta

Depois que os cupins comeram o fígado
da porta do meu quarto, quando bate
o vento só ouço gemidos.

Antes dos cupins era a porta áspera,
forte, presunçosa e nem ventania
fazia-lhe tremer o trinco.

Dentro de uma porta existe
além da madeira comum
um fantasma.

E se cupins comem o fígado desse fantasma
no mês de agosto com o vento frio
range a porta.

4 comentários:

  1. Belo escrito, prezado amigo!

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  2. Me encanto com as "portas" que tua poesia abre...
    Beijo

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  3. Um desejo de que os cupins roam as minhas ásperas portas internas e me deixem mais leve! rs
    beijos, poeta.

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  4. certas estão as portas que não se deixam rechear pelas presenças que se valem de seu vão...

    beijinho, poeta Domingos!

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