Basta que eu fique quieto
meu coração bate seu tambor.
Ouço meu coração com respeito.
Sei que ele é capaz de matar sorrindo.
Ponho a mão sobre o peito esquerdo e rezo
para que não me venha à memória
aquele amor antigo.
Meu coração percebe meu medo e arma o bote.
Minhas narinas me dizem baixinho
que não tem como eu fugir
daquele perfume.
E abrem-se elas as duas janelas
e entra meu amor antigo
ainda cheirando
a sabonete.
Meu coração sabe matar um poeta.
Mas são as minhas narinas
as senhoras da saudade.
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