Para falar de amor tenho hoje
a meu favor uma rosa murcha.
Quem diria que há dois minutos
ela encantara uma legião de besouros.
Você sequer imagina quantas rosas murchas
eu lancei ao lixo ainda de ressaca e tão triste.
Era o corpo torto,
meu bem,
que ainda sentia
a dor do vinho.
A rosa murcha
em sua singular melancolia
não é o retrato da minha loucura.
A tristeza,
a minha pelo menos,
vem da alegria do sangue quente.
Depois,
que nunca se perca o costume,
brilha em meu peito a doçura da morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário