Depois dos meus óculos
não sou o mesmo
diante
de um livro
de um formigueiro
de um céu de brigadeiro.
Meus óculos apesar
da floresta de arranhões
confessam às minhas retinas
o que é verdade e o que é ilusão.
Desde o início
eu soube que nosso transe
seria para sempre esse lavar constante
das lentes e esse limpar incessante com papel higiênico.
Questiono se não valorizo demais seu olhar
desprezando minha intuição e se não seria plausível
deixá-lo um tempo um longo tempo sobre a escrivaninha.
Meus óculos não podem manter essa intimidade perpétua
com meus olhos: receio durante a visita da morte
vislumbrar algo de bom.
Que bonito poema, Caval(h)eiro!
ResponderExcluirGrande beijo, espero que esteja melhor.