Meu corpo não se defende dos sinais da velhice.
Meus olhos sabem que a visão momentânea é triste.
Penso que serei nada quando a morte bater no meu ombro.
Não direi coisa alguma nem ai nem ui creio que ficarei em silêncio.
Talvez uma tosse.
Os versos não serão os mesmos sem a presença do poeta.
Difícil acreditar que morrerei um dia depois de tantos versos.
Nada levarei nenhuma palavra.
A palavra é dos vivos.
Penso seriamente que a morte ao bater no meu ombro
ainda me dará uma chance para que eu fuja, fuja, fuja.
Para onde se meu quarto não é meu
e se meus objetos sonham com minha morte.
Minha xícara já me deu adeus.
Ganhei um novo par de botas.
As antigas apesar de loucas
mantêm uma seriedade de santa.
O poeta após escrever seus versos
não tem nenhum poder sobre eles,
dizem.
Eu tenho poder sobre eles.
Guardo-os em um lugar secreto.
E a morte sabe onde.
Mas ela é a minha melhor amiga.
Não estragará a surpresa.
A minha surpresa.
Dos diálogos com a morte... sei bem como é...
ResponderExcluirBeijo, querido.