Não me lembro da última vez
em que bebi o café da manhã
na varanda balançando os pés
e piscando o olho pras plantinhas
vejam só, até assobiando
e dando pulinhos -
meu deus,
que é isso?
A primeira andorinha
que pousar no parapeito
peço-lhe que me belisque -
decerto estou doente
ou sonhando.
Agora é na cozinha
que danço um bolero
agarrado à minha xícara.
Deus,
que é isso?
Nunca fui dado
a tanto festim
assim, sóbrio
e patético.
A primeira andorinha
que pousar no meu ombro
tentarei sufocá-la com um beijo.
Mas é difícil,
ah, deus tão difícil -
as andorinhas não colaboram
e não passam batom cereja no bico.
Diga-me, deus,
como beijar essas andorinhas
de bico ainda úmido do orvalho das calçadas?
Não me lembro da última vezem que cantei uma música
olhando as paredes.
Deus,
que é isso?
Devo estar mesmo doente
ou apaixonado por meus cabelos brancos.
Há dias de paz, simplesmente... uma folga da dor.
ResponderExcluirBeijo.
Meu deus, nem sei se tenho pena das andorinhas!
ResponderExcluirContinuas com a mão cheia de magia, és um poeta gigante.
Outro beijo*
Não há nada que cale a voz do poeta.
ResponderExcluira poesia é água de lavar a alma ...
Um grande abraço , meu camarada !
Que delícia voltar de viagem
ResponderExcluirvir aqui e me deliciar com seus belos versos.
Te espero la no meu cantinho...