domingo, 29 de julho de 2012

diário

Acabei de beber aquele cafezinho
a alma regozija-se igual a criança
em dias de praia, parque
e cinema.

Eu não era ingênuo naquele tempo
de espinhas e sonolência, acredite

já tinha essa mente
dúbia e incrível.

A questão é que não acreditava em mágica.
E não há brandura e inteligência fora da poesia.

Ontem quase não dormi
acordei várias vezes
de madrugada.

Roguei a deus para que viesse
por debaixo do meu lençol
algum fantasma

aquecesse meu corpo
dormisse abraçado

com a cabeça
no meu peito.

Acredite, ainda ouço minhas fitas cassetes
e o mais interessante é o objeto que toca:
aquelas caixas de música de manivela.

Sou uma múmia, meu bem
antigo mesmo é este meu olhar

que não passa da cortina
que tem medo da rua.

3 comentários:

  1. Enfim, poeta espantoso
    Tão lúcido, quão louco
    Eis Domingos Barroso!

    Beijo, bruxo*

    (bom dia)

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  2. Acredito sim!
    Os fantasmas foram sempre uma boa companhia nas horas de tédio.

    Um beijo

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  3. divinos fantasmas aquecendo a madrugada

    brandura e inteligência
    para além das cortinas

    abs

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