terça-feira, 26 de junho de 2012

metódico

Todo passarim sabe
que o entardecer
é mui delicado:

caem monstros
das estrelas.

Portanto,
para dentro
moço de cabelos brancos.

Fuja da varanda,
beba seu café
tranquilo.

Prefira o idílio dos olhos
da mulher que não te vê.

Aqueles guardados dentro do bolso do bermudão
fizeram-te tanto bem que quase te cegaram.

Para dentro do quarto
moço de cabelos brancos.

A varanda é para donzelas e jarros tristes.
Flores alegres a gente tranca dentro da gaveta.

Parece que a varanda também é para cronista abençoado.
Sempre vem um e outro passarim a deitar-se na almofada
ou naquela cadeira dura dos meus avós.

Já para dentro
moço de cabelos brancos.

Seu tempo de devaneios
é tão simples quanto
o seu tempo
de enganos.

Acabou-se aquele tipo de engasgo
que surge com a esperança.

Volte para seu quarto
e mate seus cupins.

Eles depois de comerem as portas e as janelas
não duvide hão de comer suas botas.

São tenazes e lépidos esses cupins
do mesmo código genético
dos chineses.

Pegue o veneno
e não cheire.

É forte pra chuchu o veneno
e tão leves os cupins
com o vento.

7 comentários:

  1. Que saudade estava de te ler!

    Bjo, poeta querido!

    ;)

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  2. Existem tinturas de cabelo para homens de excelente qualidade, é questão de gosto. Cupins são desgosto sempre, muito bom este seu poema. Um abraço, Yayá.

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  3. ainda bem que voltaste em FORÇA!!!!

    Para a escrita já, moço de cabelos brancos!!!

    beijo

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  4. é ler e pronto!

    beijinho, Domingos!

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  5. esse poema daria uma ótima animação poeta, tantas imagens bonitas!

    beijos

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  6. Passarim sabe, mas não aprende. Oh, passarim...
    beijoss

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