domingo, 18 de março de 2012

versos que escrevo dormindo

uma nuvem de gafanhotos
não é tão infernal

se cada inseto
traz aos dentes

uma asinha
de borboleta -

calma, os gafanhotos
apenas salvaram uma borboletinha
das corredeiras de um rio assustador

não chores,
é facil montar

afinal as borboletas
vivem sem o corpo

basta que recuperemos
os mínimos detalhes
das asas

cada ângulo
com sua cor

e teremos
para nossa alegria

até mesmo a imagem
do último voo sobre
um lindo jardim
...

4 comentários:

  1. Seria interessante poder montar a vida assim, em cores despedaçadas... E não é isso que fazemos às vezes?

    Delicado e dolorido esse poema.

    Beijo!

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  2. a beleza na morte ajuda com o sentimento de perda, bem escrito

    beijo

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  3. Hum...são os mínimos detalhes em teus versos que me dão a medida do teu vôo..rs

    beijos,

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  4. LINDO!

    Esse último voo foi precioso e emocionante.

    Parabéns!

    Mirze

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