Não sei como
o coração pula
da caixa torácica
e caminha sozinho
pelas calçadas
chutando tampinhas
de refrigerante.
Chove muito ultimamente
e meu coração adora
essas calçadas frias
com pontas de cigarros
chicletes e sujeira de poodles.
Quem sou eu para trazê-lo de volta
ele é louco e só retorna quando
sente fome e sede
então se encaixa
entre as costelas
começa a bater seu tambor
tão confiante que dos céus
logo caem
andorinhas desprevenidas
ainda com bobes na cabeça.
Coração é bicho sem dono, que vive com fome e sede.
ResponderExcluirbj grande
Dessas partes nossas que saem por aí desavisadas, quem ganha mesmo é a poesia, que de tudo se aproveita da nossa vulnerabilidade.
ResponderExcluirAdorei, Domingos, creio que vi um coraçãozinho aqui vagando na calçada em frente.
Beijo.
o coração acaba por escolher sempre o abismo da escuridão, de vez em quando
ResponderExcluirbeijinho
E "a gente se ilude, dizendo: já não há mais coração!"...
ResponderExcluirBeijos, poeta!
eita coração lindo,
ResponderExcluirbeijos
Coração é bicho difícil de se entender, Domingos querido!
ResponderExcluirMas sua poesia, não: essa fala de forma lindamente clara...
Abraço apertado , amigo