Se o amor acaba um dia
o meu amor não acaba em um dia.
Pois a cada dia pressinto um nervo inflamado
em seguida uma artéria de cor assustadora.
Isso é o amor eterno
na fragilidade do corpo.
O amor que se apega a outro amor
sob juras e consequências,
este acaba.
Porque a cumplicidade
não vive de lembranças.
O velhinho que perdeu sua amada
olha para a fotografia desbotada.
E a foto ao cair no chão decerto
as lembranças se confundem.
Cadê o olhar do outro amor
para amenizar a fraqueza
dos rins?
O meu amor envelhece.
As minhas coisas envelhecem.
E cego se eu vier a estar um dia
não me faltará a imagem
da amada.
Nem tombarei junto com a fotografia
no momento em que o vento
assoprá-la da minha mão.
Quem é responsável por minhas lembranças
são meus nervos inflamados e essas artérias.
se as andorinhas somem
ResponderExcluirpoeta rufla cílios
e voa...
beijinho de fã eterna, poeta dos dias!
Belíssimo, meu querido Domingos! Um hino ao amor eterno... Àaaaaquele amor que adquire rugas, cabelos brancos e ainda assim persiste...
ResponderExcluirAbraço cheio de admiração pelo seu talento!
o teu amor escrito assim é eterno
ResponderExcluirbeijinho
LauraAlberto
É preciso arder para inflamar, Domingos. Pra variar, excelente poema. Forte abraço.
ResponderExcluirparece que enquanto as andorinhas somem o amor reaparece entre os pronomes...
ResponderExcluirbeijo, gigante!