segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

mosteiro

Faço-te um poema
para que durmas
com os anjos.

Não te assustes
com as minhas lágrimas.

Eu não sou um anjo.
Eu nunca vi um anjo chorar.

Pensando bem,
escrevo-te um poema
para que sonhes com um poeta.

Poeta chora e pensa
tantas vezes em matar-se.

Não te apavores.
Digo matar-se em outro sentido.

Entrando e não saindo
de dentro das botas
ou perdido dentro
das paredes.

A verdade é que te faço um poema
para que tu não durmas

e compartilhes comigo
meus pulsos inflamados.

Mas se desejares anjos,
que seja.

Acostuma-te com o sorriso
com o eterno sorriso deles.

Um poeta dopado de analgésicos e anti-inflamatórios
já é um milagre escrever alguma coisa talvez lírica
que faça, enfim, os anjos caírem às lágrimas.

Se vês algum tipo dessas lágrimas na minha face
então crê, meu bem, que sou um anjo -

desses doidões
e silenciosos.

4 comentários:

  1. que lindo, Domingos!

    um anjo doidão...rs

    beijo grande pra ti, querido!

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  2. :)))

    se tu não existisses terias que ser inventado, anjo doido :)

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  3. Um poeta com asas brancas disposto a despertar sensibilidades.


    Um beijo

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