sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

cabelos e braços

O perfume dos cabelos das meninas
sinto de longe e o sabonete dos braços
avisam que é tempo de descer ao jardim
e plantar outra flor com gosto de saudade.

Saudade amistosa, serena, discreta.
Nenhuma sabe da mistura dos frascos.

Do conselho que sempre peço
às borboletas que não dormem.

Pelo menos acordam e fingem não dormir
quando desço até o jardim com as narinas
tenras mas pegando fogo.

Uma delas, borboleta,
aconselha-me dormir primeiro.

E só descer ao jardim
com o sonho nos lábios.

2 comentários:

  1. Ah, Domingos, meu querido, essas meninas cheirando a sabonete, essas borboletas sabidas... Tudo lindo demais, como soi acontecer...
    Tenha um lindo sábado, um lindo domingo, um lindo 2012, uma linda vida inteira!!!
    Abraço apertado da
    Zélia

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  2. Um poema muito belo. De um lirismo leve e encantador que usa habilmente singelezas num contexto mágico.

    Bom te ler, amigo.

    Grande abraço.

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