A mulher da minha vida partiu
antes que eu tivesse visto
ela na praça comendo
pipoca.
Em todas as esquinas
que dobrei apressado
ela já havia fugido
no trem
e já tinha atravessado
o arco-íris das montanhas.
Um trem que leva
quem nunca conhecemos
jamais haverá de apitar
aos nossos ouvidos
a chegada
do amor.
A mulher da minha vida
para meu agrado
não me viu
sentado na fonte
mascando chiclete.
Da mesma forma
que a perdi no trem
ela esqueceu a fonte
de águas coloridas.
Tive que crescer
para entender
que eram plásticos
colados nas lâmpadas.
então creio que o arco-íris das montanhas
também são plásticos coloridos
da imaginação.
Apesar dessa verdade óbvia e dilacerante
permaneço de vez em quando visitando
estações e me emocionando
com aquele arco-íris refletido
na poça da chuva fina.
A mulher da minha vida
para meu deleite e delírio
não me ouve e não lê
esses versos.
Não haveria motivo.
Nós não nos conhecemos.
Quem sabe ela até odeie
esse tipo de molusco
que faz poemas.
E quem sabe eu até ignore
a mulher do meu destino.
Coisa mais linda , Poeta...!
ResponderExcluirLer-te é um verdadeiro deleite !
Um abraço , meu velho !
Suas palavras sempre me emocionam muito.
ResponderExcluirOh, que deliciosa melancolia o seu poema traz :)
ResponderExcluirBah, que bonito!!!
ResponderExcluirUm beijão, poeta!