O que tu esperas de um cara
que sequer sabe assobiar?
As andorinhas e os bem-te-vis
que chegam à minha varanda
não vêm pelo meu assobio
são os meus olhos, baby
silenciosos e de outro mundo.
O que tu esperas de um sujeito
que pouco pouquíssimo mesmo
se importa com quem sofre
ou se alegra repentinamente?
A minha vida é tão simplória, baby
e justo pela tolice
do que vejo
coisa alguma me mata
quando quero amar
ou por nada
me apaixono
se quero
morrer.
O que tu esperas de uma criatura
de bermudão agora
pernas estiradas
os pés sobre
os livros
da estante?
Os meus travesseiros
dizem outras coisas
aos meus ouvidos.
Coisas como
levantar-se
e não escrever versos
pelo amor de deus
versos não,
versos nunca.