terça-feira, 8 de novembro de 2011

o tristonho dos tristonhos

Ai de quem não ama.
De quem não perde a tarde inteira
olhando pro teto e sonhando com aqueles olhos.

Ai de quem não ama e deixa de lado o leite no fogo
e as cuecas há semanas de molho
e o café já frio na estante.

Ai de quem não ama e não remexe as gavetas
à procura de somente uma carta perfumada.

Ai de quem não ama e não dá dois passos de volta
na calçada de uma floricultura embora sem grana
apenas para admirar aquela rosa.

Ai de quem não ama e quando a amada esquece
os chinelos de florezinhas debaixo da cama
o menino homem passa a noite abraçado
e cheirando os pezinhos da santa.

E não há de ser santo o amor.
Espero que um dia não o seja.

Ai de quem não ama e lê um livro
ou ouve um jazz e supõe felicidade.

Ai de quem não ama
e ainda escreve versos
pras andorinhas.

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