domingo, 16 de outubro de 2011

terror

Quase o fim da minha xícara.
Decerto seria a minha morte.

Juro que meu coração também saiu pulando
junto com ela e que rezei todo o credo
em questão de segundos

enquanto o seu corpinho de porcelana
saltitava sob frêmitos pelas cerâmicas
da área de serviço.

Xícara de poeta é forte e brincalhona -
girou em torno do próprio umbigo,
deu piruetas e cambalhotas

até, enfim, inocente
pousar debaixo da pia.

Parecia um cachorrinho
pedindo afago.

E eu beijei-a como beija
um marinheiro a fotografia
da amada.

Prometi-lhe [com lágrimas
no rosto] colar sua asinha
aos meus dedos, polegar
e indicador.

3 comentários:

  1. É como agradar a quem a gente ama. precisamos colar todos os dias algo rachado, quebrado...

    Bjs.

    ResponderExcluir
  2. dedo de poeta é mágico

    abraço
    LauraAlberto

    ResponderExcluir