Deve ter morrido aquela rosa lilás no canteiro perto da garagem.
Nunca mais desci a escada e tratei do seu ferimento.
Tinha ela na orelha esquerda uma mordida
de gafanhoto e outra de borboleta.
As rosas cruelmente são esquecidas
quando os poetas só têm olhos
pras suas botas.
As rosas não entendem que a etérea beleza das suas pétalas
é um insulto à ressaca do solado das botas -
tampas de cerveja
pregadas em chicletes.
A natureza de cada um, encontra descanso no que não lhe é característico.
ResponderExcluirDeliciei-me lendo teu poema... como sempre.
Beijokas e um domingo encantado.
GRANDE POETA =]
ResponderExcluirmas ainda que plantássemos botas e pisássemos rosas, isso não lhes mudaria a natureza, a essência...
ResponderExcluirsempre bom passar por aqui
beijos, Domingos!
"As rosas cruelmente são esquecidas
ResponderExcluirquando os poetas só têm olhos
pras suas botas."
oh, querido amigo, que poema este! das flores, do esquecimento e da brevidade da beleza. e nunca sabemos de que lado do jardim nos encontramos.
so-ber-bo!
abraço com admiração e,m eco!
e afinal as rosas ou as botas
ResponderExcluiresquecemo-nos das coisas importantes e observamos aquilo que na realidade não vemos
abraço
LauraAlberto